terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Promessas



Quando o mundo te sorriu, tudo era perfeito
Tudo era alcançavel, mil caminhos a percorrer
Mil escolhas a fazer
Agora tudo reduziu, abalou, desistiu
Foram tempos de promessas que se disfezeram
No correr incessante dos dias
Nas turbulencias e fricções emotivas
O arco-iris perdeu as suas cores
Perdeu o brilho na desilusão dos amores
E o encanto afogou-se num mar revolto de tremores
E o medo é rei no país da ignorâcia
Que nos tortura o corpo de uma mente que dança
Ao sabor da alma que não descansa
Sobram memórias etéreis em imagens involventes
Que nos recordam o paraiso de que somos descendentes
Sobram loucuras tremidas em espaços intemporais
Sobram certezas escondidas de podemos ser mais.
Ei de sempre procurar o telhado da inocência
Onde as estrelas brilham em criativa cadência
Ei de sempre navegar para a ilha da harmonia
Onde a noite e o dia anunciam a alegria.
Não morrerei nunca, pois contemplo a liberdade
Que me aquece a paixão no caminho da verdade
.........

sábado, 19 de janeiro de 2008

Apreender


Poesia conturbada, bela desorientada
Porque escreves o que sentes?
Queres te libertar de ti mesma?
Queres ir alêm ?
O aqui não convêm ?
Pois sim eu sei, o teu mundo é um labirinto
Percebes o que digo e sabes que não minto
Como te soltar deste triste paradigma?
Onde o passado traça o presente
E um futuro esconde a sina
Apaga as imagens, as conclusões
Apaga as ideias, as tentações
Apaga o trautear interior
E nasce das cinzas em fervor
Porque foges do agora?
Porque adias a tua história ?
O mundo que procuras, não tem caminho, está aqui !
As concepcções, as analises, o tempo
Tudo isso te impede de ver
É nesse rio que perdes, a oportunidade de crescer
Olha sem pensar
Sente o vento que corre, que te abraça o corpo
Que desliza na tua pele, que te acalma a alma
O arrepio na espinha que te tranforma em prazer
Uma união suprema em pleno estado de ser
Isso sim ... é viver!

domingo, 30 de dezembro de 2007


Em 2007 aprendi ,

Que a vida é aqui e agora, que o passado é memória e só vale a pena guardar as boas memórias e não alimentar as raízes da desilusão, aprendi que o futuro não existe, mas que deve ser sempre encarado com um sorriso de confiança, aprendi então que nenhum dos dois importa, passado e futuro, não contam para o meu presente.

Aprendi que o meu maior inimigo sou eu e que tenho que me olhar de frente, com atenção pura e responsabilidade de quem quer ser mais livre, aprendi a caminhar, a expandir a minha consciência, a encontrar a minha paz interior, aprendi que a mente é um mar revolto que precisa de ser acalmado, aprendi que a vida é um rio que segue e que não podemos parar nas margens, pois aprendi que tudo muda, nada permanece, as ideias, os sentimentos, as pessoas, os factos.

Em 2007 dei um beijo pleno de amor, em 2007 abracei para nunca mais largar, conquistei sonhos, dancei com todo o meu ser, fiz dançar plateias, li livros que mudaram a minha vida, realizei sonhos, um, dois e três, momentos mágicos de pura felicidade, venci obstáculos que se impunham intransponíveis, venci-me a mim mesmo na procura da verdadeira liberdade, aprendi que o mundo não é o que se mostra, mas que nunca conseguirei nesta vida compreender a sua verdadeira complexidade e consequente beleza, em 2007 percebi que é em mim que se encontram todas as respostas, que o meu corpo e as minhas sensações são o meu fiel anjo protector que devo seguir, aprendi que viver é procurar ser mais livre e ter uma maior percepção do mundo físico, aprendi que as palavras não sentem, que a mente não sente, apenas consciencializa tudo o que se quer, aprendi que tudo o que me chega é por mim interpretado e que o resultado dessa interpretação molda a minha existência, aprendi que tudo se conjuga por si só, que tudo é apenas um único ser, que a vida é mais do que aquilo que se mostra, aprendi ou melhor constatei o que já sabia, que tudo é possível, quando realmente se deseja, que o mundo conspira a meu favor e que não há coincidências, apenas sinais que devo seguir.

Em 2007 mostrei que era capaz, desenvolvi a minha confiança, aprendi que para viver é preciso morrer agora para tudo aquilo que julgo ser, aprendi que viver é fluir no movimento constante das condicionantes interiores e exteriores. Em 2007 fui feliz, foi provavelmente o ano em que mais desenvolvi o meu ser, a minha pessoa, a minha consciência, a complexidade daquilo que sou, conheci novas pessoas, fiz novos amigos, afastei-me de outros não por vontade própria mas porque sei que a vida é mesmo assim e tudo condiciona tudo. Aprendi a ter mais paciência, mais carinho, mais força, mais certeza , aprendi que todo o sofrimento é desnecessário, que a ansiedade embota a tua mente, estraga o teu corpo, aprendi que é possível curar-me a mim próprio, aprendi que observar é tudo o que importa, aprendi que é na observação que está o entendimento, e só assim poderemos transcender o mundo físico e mudar a nossa percepção, aprendi que nenhum medo é saudável, aprendi que do outro lado dos meus maiores medos está a minha maior vida, aprendi que posso mesmo curar o medo dentro de mim. Aprendi que estando algumas vezes sozinho valorizo mais os meus momentos com os outros, aprendi que é na família que se encontra o meu chão, aprendi o que é ser homem e não menino, mas a alegria do menino também aprendi que nunca a deixarei, aprendi que a minha imaginação é uma arma que utilizo para ser mais e melhor, mas aprendi que o que importa é ver a vida como realmente ela é. Será que todos vemos a vida como realmente ela é? Aprendi que a luz é o nosso maior medo e que é de brilhar que temos medo, por isso nos agarramos tantas vezes á obscura negatividade de alguns pensamentos, aprendi que a segurança da mente é uma barreira ilusória, que ao fechar-mos a nossa mente com o intuito de nos sentirmos mais seguros, apenas nos afastamos da descoberta do caminho luminoso, aprendi que tudo é energia e informação, aprendi que nós somos energia, que nos alimentamos dessa energia, que transformamos essa energia, aprendi a ir á fonte da energia, aprendi que é na ausência de pensamento que percebo tudo.

Aprendi que vivo num mundo de pessoas doentes, pela ambição, pela inveja, pela procura disparatada e aflita da felicidade por meios tumultuosos, que lhes desvirtuaram os valores, pessoas perdidas no labirinto da sua própria mente perdidas na ignorância de pensar que tudo se resume a um encadeamento de pensamentos e que é no conflito de ideias que julgam ser capazes de se vencer, compreendi que toda a humanidade vive em constante conflito interior, e exterior como é lógico, pois a sociedade global é um espelho do nosso mundo interior, aprendi que o conflito interior é um desperdício de energia. Aprendi que as pessoas vivem para a satisfação momentânea num ciclo vicioso de procura de prazer para alivio de uma realidade entediante, triste, em permanente conflito. Aprendi que quando realizamos algo que nos desafia, que nos parece extremamente difícil mas que acreditamos conseguir ultrapassar, tudo o mais se apaga e vivemos apenas para aquele momento e esses são os melhores momentos da nossa existência, e são esses mesmos momentos que desenvolvem a nossa consciência e melhoram a percepção do nosso Eu. Aprendi que é no caminhar que reside a maior realização e não no fim ou no destino que buscamos.

2007 , foi um ano pleno de auto conhecimento, aumento da percepção do mundo físico e quântico, aprendi que há forças na vida maiores que a força da gravidade e velocidades mais rápidas que a velocidade da luz, e que vivemos ainda uma era primitiva no real conhecimento do tudo aquilo que compõem uma pessoa.

2007 foi um ano de sonhos realizados, um ano de grande esperança na minha qualidade de vida futura.

Que 2008 seja tão grande ou maior!

Eu sei que será!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Incertza interior


Isso que procuras não existe
Isso de que foges, é a vida
Nada é certo, tudo se transforma
A toda a hora
Na memoria
A compreensão é o que mais importa
vê mas nao ordenes
Procura mas nao qualifiques
Pensa, mas sente.
Deseja mas nao te iludas
Ilude-te, mas acredita
Nao alimentes a luta interior
une-te a ti mesma
Na certeza de que nada é certo
Aprende , mas contigo
Nao ouças o que o mundo te diz
O mundo esta em ti.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Como te sentes?


Procuro respostas no dia,
Já não sei mais onde procurar
Sigo pegadas perdidas
Não voltei a me encontrar

O Passado é a minha rua
Nele me fantasio
Nada é o que é
Tudo perece, esquece.

Diabo em mim
Passo horas sem fim
Volto e olho á minha volta
Nada vejo, Só revolta

Ninguem se solta
Vive tudo no seu mundo
E que mundo é este?
É o mundo que escolheste

Passei anos a pensar
Conclusões poucas
Agora deu para sentir
E não paro de me rir

Mas aprendi a chorar
O choro do humilde
Que te toca e desmoraliza
Como o beijo de uma brisa

As palavras o que são?
O véu da emoção
Nada mais há a dizer
Só nos resta viver

Mas a viver não te iludas
Na manta que que constrois
É nela que te perdes, que viajas
E te destrois

Há em ti um lugar
Onde tu é simples e brilhante
Onde tu encontras o teu ser
Onde és puro ser amante

Há em ti sensações
Que nunca descobriste
terras de ninguem
coisas do alêm

terça-feira, 19 de junho de 2007

O Descanço da Loucura


Incipido, premente
É este o teu presente
Vulgar, Abstracto
Tudo passa, tudo mato
Cinzento, branco
É só frio, sem manto
O minuto desfalece
Mas a alma
Não esquece
Foi brilho perplexo
Universo animal
A beleza sensual
O espaço que sorria
O sonho expande
Tanta luta, tanto sangue
Na memória
O palco a glória
Sistemas sensoriais de euforia
No desmaio da descida
Na cadeira descansa o corpo
O herói
Que destroi
A magia dos dias
O mundo na minha mão.

E agora ?


Discreto, perdido
Incerto, sentido
voo a todo o instante
Nada permanece no amante
Volta e acorda
Salta e corre
A toda a hora
Olhar desviado no passo destinado
Foi sempre em vão
Tudo ar, emoção
Tudo um fim
Nada alcança a ternura
E o mar que retorna
Para mim
E desliza e a brisa
Que mima com leveza
Que tristeza
Recordo tempos felizes
Que jamais voltarão
Tempos dispersos
Corações abertos
Ternuras do dizer
Abraços de Prazer
Sabes que te minto
Sabes que sim
És tudo e eu nada
O que foi feito de mim?